

Comphanya Martinista Das Ylhas
Ocidentais e Orientais



Louis-Claude de Saint-Martin renunciou à Teurgia - senda externa segundo seu entendimento - em proveito da senda interna. Considerava a Teurgia perigosa e temerária. Reputava, outrossim, arriscada a invocação angelical quando operada pela via externa. O caminho era o interior. Saint-Martin desejava: entrar no Coração da Divindade e fazer a Divindade entrar em seu Coração.
A Iniciação transmitida por Saint-Martin perpetuou-se até o final do século XIX.
Mas não foi ele próprio o fundador de uma associação com o nome de Ordem Martinista. Havia, entretanto, uma Sociedade dos Íntimos (Círculo Íntimo) formada de discípulos que recebiam a Iniciação diretamente de Saint-Martin.
Sobre a questão da iniciação, vale a pena recordar o que ensinou Saint-Martin a Kirchberger: Pela iniciação podemos entrar no CORAÇÃO DE DEUS e fazer o CORAÇÃO DE DEUS entrar em nós, para aí fazer um casamento indissolúvel. (Maiúsculas e grifos meus). Pela Iniciação o homem lentamente tornar-se-á seu próprio Rei e seu próprio Mestre. Um dia poderá também dizer: Eu meu Pai somos Um.
Os ensinamentos de Saint-Martin são, sem exceção, aplicáveis a toda a Humanidade. Considerava a fraternidade (e não a igualdade) a base de toda a vida social e propugnava a união de todos os seres humanos em nome do amor. Justiça e caridade, força e fraqueza, só podem encontrar seu ponto de equilíbrio pela e na fraternidade. Assim, a Tradicional Ordem Martinista - que é uma das Fraternidades Martinistas que preserva os ensinamentos de Louis-Claude de Saint-Martin - propugna que a felicidade dos homens é dependente e proporcional à felicidade de cada um de seus membros e na união de todos pela fraternidade, que propicia uma verdadeira igualdade pelo equilíbrio estável de direitos e de deveres. A resultante desses dois lados do triângulo conduz ao terceiro - a liberdade - que determina a segurança e a preservação de todos. Mas, nada poderá acontecer efetivamente sem Humildade e Caridade.
Em seu trabalho os martinistas não empregam nem Magia nem Teurgia, nem se preocupam com a acumulação de um saber puramente intelectual, pois entendem que para progredir na Senda da Reintegração não é a cabeça que é preciso empenhar e sim o Coração. É no Coração - o templo sagrado e alquímico de transmutação do homem antigo no homem perpétuo - que serão encontradas as Sete Fontes Sacramentais, as Sete Colunas, que harmonizarão e fertilizarão todas as regiões do ser do homem. Dessa Alquimia Transcendental e perene manifestar-se-ão, para sempre, a Sabedoria, a Força e a Magnificência.

O início de tudo aconteceu em 1754 quando Martinès de Pasqually [teósofo do século XVIII - (1710-1774)] criou a Ordem Iniciática dos Elus-Cohen. A base do trabalho iniciático era a reintegração do homem mediante a prática teúrgica. Essa Teurgia, em última instância, apoiava-se no relacionamento do homem com as hierarquias angélicas, única via, segundo Pasqually, para sua reconciliação com a Divindade. O Martinismo, contudo, não é uma extensão da Ordem dos Elus-Cohen, e com o falecimento de Pasqually, em 1774, seus ensinamentos tomaram caminhos distintos. Dois discípulos de Pasqually sobressaíram-se e impuseram orientações esotéricas específicas para o pensamento original de seu Mestre: Jean-Baptiste Willermoz (1730-1824) e Louis-Claude de Saint-Martin (1743-1803) conhecido sob o Nome Iniciático de Phil… Inc… (Philosophe Inconnu).
Willermoz, adepto da Franco-Maçonaria e da Teurgia, apesar de não ter transmitido àquela Agremiação as práticas teúrgicas dos Elus-Cohen, fez com que, em 1782, os ensinamentos de Martinès de Pasqually fossem incorporados aos graus de Professo e de Grande Professo da aludida Fraternidade.



No final do século XIX, dois homens eram os depositários desse conhecimento e dessa Iniciação: Gérard Encausse e Pierre-Augustin Chaboseau. Foram esses dois homens, Gérard Encausse, mais conhecido como Papus, e Augustin Chaboseau que, em 1888, decidiram transmitir a Iniciação de que eram depositários a alguns buscadores da verdade e fundaram a Ordem Martinista. É a partir dessa época que se pode efetivamente falar em uma Confraternidade Martinista.
Em 1891 a Ordem Martinista foi dotada de um Conselho Supremo, e Papus foi escolhido Grande Mestre da Ordem. O Coração do Martinismo fixou-se em Paris, e, imediatamente, foram criadas quatro Lojas: Esfinge, Hermanubis, Velleda e Sphinge. Cada uma com características específicas, mas todas fiéis ao pensamento de seu inspirador Louis-Claude de Saint-Martin.
A Ordem, com o tempo, expandiu-se também no estrangeiro, e foram instaladas diversas heptadas na Bélgica, na Alemanha, na Inglaterra, na Espanha, na Itália, no Egito, na Tunísia, nos Estados Unidos, na Argentina, na Guatemala e na Colômbia. Não há registros, s.m.j., do funcionamento da Ordem, naquela época, nem em Portugal, nem no Brasil.
Com o advento da Primeira Guerra Mundial, a Ordem Martinista entrou em dormência. Papus transferiu-se voluntariamente para o front (para servir como médico), vindo a falecer antes do fim do conflito, em 25 de Outubro de 1916. Com a transição de Papus, a Ordem passou por dificuldades e quase desapareceu. Foi exatamente em 24 de Julho de 1931 que os martinistas autênticos, no intuito de distinguir a Ordem de movimentos pseudomartinistas (inautênticos), reuniram-se em torno de Augustin Chaboseau e acrescentam à denominação da Ordem o qualificativo Tradicional.
Nova prova para os martinistas: a Segunda Grande Guerra. A Ordem entra praticamente em nova dormência, pois no dia 14 de Agosto de 1940 o jornal oficial publicou um Decreto do Governo de Vichy proibindo na França o funcionamento de todas as organizações secretas. Todavia, duas Lojas continuavam a operar incógnita e silentemente: Athanor e Brocéliande. A Gestapo não dava sossego às organizações iniciáticas. E alguns iniciados, não apenas da TOM, foram martirizados e mortos nos porões do nacional-socialismo pelos títeres nazistas.
1945: término das hostilidades. Augustin Chaboseau (Sâr Augustus), incansavelmente, reativou a Ordem pela última vez, pois veio a falecer em 2 de Janeiro de 1946.
Na Europa, com a morte de Chaboseau, o movimento martinista passou mais uma vez por grandes dificuldades. Sua sustentação deveu-se a Ralph M. Lewis (Sâr Validivar), então Imperator da Ordem Rosacruz e Grande Mestre Regional da Tradicional Ordem Martinista que, com seu incansável trabalho e acurado senso de organização, sedimentou a agremiação na Europa. Foi eleito Soberano Grande Mestre da Ordem e dirigiu-a por 48 anos até o momento de sua Grande Iniciação, em 12 de Janeiro de 1987. Hoje, a Tradicional Ordem Martinista é dirigida universalmente por Christian Bernard, também Imperator da Ordem Rosacruz - AMORC. Presentemente, a TOM está instalada também no Brasil.
Apesar de todas as adversidades, a Tradicional Ordem Martinista sempre conseguiu manter e transmitir sua Luz ao longo do tempo. Os martinistas - Servidores Incógnitos - sabem e concordam com Victor Hugo quando afirmou: A revolução muda tudo, menos o Coração do homem. Por isso, como preconizou Saint-Martin, não é no exterior que se deve produzir a mudança, mas sim no Coração de cada homem. É esse conceito que os martinistas denominaram (e denominam) de SENDA CARDÍACA.

Martinez de Pasqually
Gérard Encausse - Papus
Augustin Chaboseau
Louis Claude Saint Martin
Ralph M. Lewis
Apesar de todas as adversidades, a Tradicional Ordem Martinista sempre conseguiu manter e transmitir sua Luz ao longo do tempo. Os martinistas - Servidores Incógnitos - sabem e concordam com Victor Hugo quando afirmou: A revolução muda tudo, menos o Coração do homem. Por isso, como preconizou Saint-Martin, não é no exterior que se deve produzir a mudança, mas sim no Coração de cada homem. É esse conceito que os martinistas denominaram (e denominam) de SENDA CARDÍACA.
Conforme afirmei anteriormente, Martinès de Pasqually entendia que a ascensão do homem só poderia se operar pela Teurgia, ou seja, por um conjunto complexo de práticas ritualísticas, visando obter sua reintegração com a Divindade com intermediação angélica. Saint-Martin desaprovava essas práticas. Achava-as perigosas e ultrapassadas. Acreditava que com o advento do Cristo o homem poderia ter acesso ao Reino Divino sem intermediários. Evocar ao invés de invocar. Dentro e não fora. Interior e não exterior. A ascese interior é o caminho, e, nesse sentido, é no Coração do homem que tudo deve acontecer. Para os martinistas, o Universo e o homem formam um todo, e como ensinava Saint-Martin: não podemos ler senão no próprio Deus, nem nos compreender senão em seu próprio esplendor. Se o homem não é mais capaz dessa harmonia é porque se tornou vazio de Deus. Ficou adormecido para a espiritualidade. Escolheu que assim sucedesse. Lutar pela reintegração é preciso. É sobre essa questão primordial que repousa todo o trabalho martinista: a Reintegração do Homem. O poder original perdeu-se. Mas não se perdeu, certamente, o germe desse poder. Só depende - e depende exclusivamente - do homem cultivá-lo, trabalhá-lo, e fazê-lo crescer e frutificar. Mas há aqueles que têm consciência dessa nostalgia. Há os que sentem um impulso interior de reencontrar a pureza original. São os Homens do Desejo. É o desejo de Deus. É a fome de Deus. É a saudade metafísica insatisfazível do reencontro interno e insubstituível com a Divindade Interior. No âmbito do Rosacrucianismo isto corresponde à construção in corde do Mestre-Deus pessoal de cada Iniciado.
Assim, a senda martinista é a senda da Vontade, voltada para a reconstrução do Templo Interior. Para edificar e reconstruir esse Templo, o Iniciado Martinista apoia-se em três pilares: a Iniciação, os Ensinamentos Martinistas e a Beleza. Pelos dois primeiros adquire (ou readquire) Força e Sabedoria. Alcançadas ou (re)alcançadas essas instâncias do ser, nascerá (ou renascerá) a Beleza que marcará com seu selo a reconstrução de seu Templo Interior. Portanto, a edificação do Templo Interior, como tudo, apóia-se na Lei do Triângulo.

História e Evolução do Martinismo L.S.I - TOM
As Jóias da Tradicional Ordem Martinista encontram-se sob custódia da AMORC - Antiga e Mística Ordem Rosacruz. Para se tornar um Martinista da TOM é necessário afiliar-se a AMORC.
Conteúdo extraído da Fonte abaixo.
Fonte:
A Comphanya Martinista Das Ylhas Ocidentais e Orientais deixa bem claro que o conteúdo Histórico Martinista desta página foi retirado de outras fontes, afim de facilitar, auxiliar, e esclarecer a todos estudantes, teólogos, pesquisadores, escritores e buscadores da Verdade e do Caminho, informações de suma importância para todos que desejam conhecer ou se aprofundar no Caminho dos Martins independente da Linhagem.
Martinismo Das Ylhas

Saudações Martinista!
Amados Irmãos,
É muito importante enfatizar que todo sucesso da AMORC no Brasil é mérito de Maria A. Moura e José de Oliveira Paulo, que dedicaram suas vidas a uma missão tão bonita e de grande responsabilidade. São poucos que abdicam suas vidas em prol de um bem maior, pois transmitir o conhecimento, erguer um império e mantê-lo, não é nada fácil. Pode ter certeza que sacrificaram noites de sono e derramaram muitas lágrimas para cumprir esta missão. Todos os Rosacruzes do Brasil e dos Países de Língua Portuguesa lhe devem o mínimo de gratidão por serem o que são hoje e por ter nas mãos e nas células um conhecimento genuíno capaz de estruturar cada célula humana e transformar nações em potência. Eterna Gratidão...
Paz Profunda!
Faça-se a Luz!
Martinismo Das Ylhas L.S.B
Maria A. Moura / José de Oliveira Paulo
Maria A. Moura organizadora e ex-Grande Mestre da Ordem Rosacruz AMORC no Brasil (Primeira Grande Mestre do Brasil) , passou pela transição quarta-feira 4 de abril de 2001. Teve vida longa e proveitosa neste Plano e será para sempre lembrada, com esta frase: Missão Cósmica Cumprida. Na casa dos 80 e ainda demonstrando grande vigor físico e mental, proferiu palestra durante a Convenção Nacional da AMORC/Brasil realizada em fins do ano/século/milênio passado em Curitiba, durante a qual recebeu justa homenagem.
Exemplo de serviço altruístico, Maria A. Moura dedicou longos anos de sua vida ao esplêndido trabalho de levar a Luz Rosacruz por todo o Brasil, difundindo-a mais tarde para todos os paises de Língua Portuguesa. Tendo desempenhado todas as funções que exerceu com galhardia e pioneirismo, tornou a AMORC conhecida de milhares de pessoas, que hoje se beneficiam do conhecimento e práticas do autêntico e tradicional misticismo Rosacruz.
AMORC foi estabelecida no Brasil em 1956, pelo então Presidente Mundial da Antiga e Mística Ordem Rosae Crucis, Ralph M. Lewis. Com Maria A. Moura e José de Oliveira Paulo foi empreendida com vigor a tarefa de expansão do Rosacrucianismo em todo País. Dedicaram-se com expressivo ato de doação e voluntariado, trabalhando muito para que os membros pudessem estudar os profícuos ensinamentos esotéricos Rosacruzes em nossa língua. Como Grande Mestre da AMORC no Brasil, Maria A. Moura constituiu extensa e maravilhosa Biblioteca Rosacruz trazendo para a lingua portuguesa as obras do Dr. Harvey Spencer Lewis, seu filho Ralph e outros Mestres.
Conteudo extaído da Fonte abaixo.
http://rosacruzes.blogspot.com.br/2015/04/maria-moura-missao-cosmica-cumprida.html
